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A obesidade tem sido cada vez mais comum no Brasil e trata-se do acúmulo de gordura causada geralmente pelo excesso de ingestão de calorias, acima do valor necessário para gerar energia no organismo.

A ingestão de maior quantidade de calorias, alinhada ao baixo gasto de energia no dia a dia, pode virar obesidade. A obesidade é classificada em diferentes graus: grau I, grau II e grau III, sendo o último considerado obesidade mórbida.

Para tratar a obesidade existem diferentes formas como o acompanhamento com um nutricionista para a elaboração de dietas alimentares, assim como a prática de atividade física constante.

Porém, nem sempre esses métodos funcionam e por uma questão de saúde é preciso pensar em outras possibilidades, como a cirurgia bariátrica que vamos abordar a seguir.

O que este artigo aborda:

Cirurgia bariátrica: o que é, quem pode fazer e quais são os riscos
Cirurgia bariátrica: o que é, quem pode fazer e quais são os riscos
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O que é cirurgia bariátrica?

A chamada cirurgia bariátrica trata-se de um procedimento de redução do estômago, que tem como objetivo diminuir a quantidade de comida aceita pelo órgão, ou então alterar o processo de digestão.

Tudo isso é feito para ajudar as pessoas a perder peso, em casos de extrema necessidade. A realização dessa cirurgia é indicada para pessoas em caso de obesidade mórbida associada a outras doenças como diabetes e hipertensão.

Por ser um procedimento que na maioria das vezes é invasivo, o indicado é sempre que o paciente primeiro procure outras formas de tratamento, caso não obtenha resultados positivos ou se a obesidade colocar a vida da pessoa em risco, então a cirurgia passa a ser uma opção.

Antes da cirurgia, é necessário uma avaliação e acompanhamento por parte de diferentes especialidades médicas, a fim de oferecer o melhor método e segurança ao paciente.

Benefícios da cirurgia bariátrica

Esse procedimento além da perda de peso, oferece outros benefícios à saúde do paciente, como a melhora e a cura de doenças associadas à obesidade. Podemos citar uma melhora nas seguintes doenças:

  • Asma;
  • Insuficiência respiratória;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Diabetes;
  • Colesterol alto;

Portanto, não se trata de uma questão apenas estética e sim da melhora da qualidade de vida e cura de doenças que podem oferecer riscos a vida da pessoa com obesidade.

Tipos de cirurgia bariátrica

Existem diferentes tipos de cirurgia bariátrica, o melhor método será escolhido pelos médicos responsáveis em conjunto com o paciente. A cirurgia pode ser mais invasiva, com um corte no abdome, ou por videolaparoscopia. Veja mais:

Banda gástrica

O método de banda gástrica é menos invasivo e consiste em colocar uma banda em volta do estômago, em forma de anel, de forma a causar uma redução no tamanho do órgão.

Assim, o paciente fica com a capacidade de ingestão de alimentos reduzida, levando a ingestão menor de calorias.

Esse tipo de cirurgia bariátrica é considerado mais segura e apresenta menos riscos à saúde da pessoa, além de um tempo de recuperação mais rápido do que outros métodos.

Porém, essa técnica pode oferecer resultados não tão satisfatórios ao paciente, por isso é preciso fazer uma boa análise primeiro.

Bypass gástrico

A segunda técnica que vamos falar sobre é a cirurgia de bypass gástrico, que na verdade é um procedimento bem mais invasivo ao paciente. 

Trata-se da remoção de uma parte considerável do estômago, após isso, o médico cirurgião reconecta o restante do órgão com o início do intestino. Dessa forma, o espaço disponível para alimentos fica reduzido.

Esse tipo de cirurgia bariátrica costuma trazer resultados mais satisfatórios aos pacientes, porém, por ser um procedimento invasivo é mais arriscado e oferece alguns riscos à saúde, além de uma recuperação mais lenta.

Gastrectomia vertical

Diferentemente do bypass gástrico, nesse método mesmo com a redução do estômago é mantida a ligação original entre o órgão e o intestino. 

A parte removida do estômago com o objetivo de torná-lo menor e assim permitir uma ingestão menor de calorias, é feita de forma vertical, por isso o nome.

Esse tipo de cirurgia bariátrica é um pouco menos invasiva que o bypass gástrico, porém os resultados podem ser também menos satisfatórios. Essa técnica permite perda de cerca de 40% do peso inicial.

Derivação biliopancreática

Nesse método, além da redução do estômago é retirado a maior parte do intestino delgado, essas duas partes do corpo são as regiões que são mais responsáveis pela absorção de nutrientes.

Assim, com a remoção dessas partes, quando a pessoa se alimenta, grande parte dos alimentos não é absorvida e digerida pelo organismo, reduzindo as calorias distribuídas no corpo.

Embora seja feita a remoção de boa parte do intestino delgado, a bile não é comprometida, sendo liberada na porção inicial do intestino que ainda resta.

Riscos da cirurgia bariátrica

Devido ao fato de que muitas das pessoas que sofrem com a obesidade possuem doenças associadas, faz com que haja algumas possíveis complicações durante a cirurgia. 

Dentre as complicações, podemos citar:

  • Embolia pulmonar;
  • Sangramento interno;
  • Fístulas;
  • Vômitos;
  • Diarreia;
  • Fezes com sangue.

A embolia pulmonar é o entupimento de um vaso sanguíneo do pulmão que causa dor e dificuldade para respirar, sendo uma complicação muito perigosa.

Essas complicações normalmente ocorrem no período de internação após a cirurgia, podem ser rapidamente atendidas pela equipe médica do hospital, porém algumas podem ser mais difíceis de resolver.

Em alguns casos em que ocorra complicações mais graves pode ser necessário realizar outra cirurgia para corrigir o problema e garantir a saúde do paciente.

Quem pode fazer cirurgia bariátrica?

A realização de cirurgia bariátrica é indicada apenas para pessoas com obesidade acima do grau 2. É importante que antes de partir para abordagem cirúrgica, seja feita a tentativa de outros tratamentos.

Esses outros tratamentos envolvem a prática de atividade física constante, o acompanhamento de um nutricionista, alinhado a uma dieta específica para o seu caso.

Se após a tentativa desses tratamentos, não houver resultados positivos em relação ao emagrecimento e a melhora na qualidade de vida, então a pessoa pode consultar um médico especialista para conversar sobre a possibilidade da cirurgia bariátrica.

O profissional da saúde vai explicar os tipos de procedimentos, os benefícios e também os riscos da cirurgia. Será necessário realizar alguns exames para checar como está a saúde do paciente, para que não ocorra nenhum problema inesperado.

Quanto custa uma cirurgia bariátrica?

Se o procedimento for realizado em um local de saúde particular o valor pode variar de 20 a 40 mil reais. A variação se dá pelo local escolhido, pelo cirurgião que realizará a cirurgia e também qual dos tipos.

Plano de saúde cobre cirurgia bariátrica?

Desde janeiro de 2012, tornou-se obrigatório que a cirurgia bariátrica receba cobertura dos planos de saúde, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Assim, todas as operadoras de planos de saúde devem realizar a cobertura. Sendo o plano individual, familiar ou plano empresarial Unimed.

Cirurgia bariátrica pelo SUS

A cirurgia bariátrica pode ser realizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde), porém trata-se de um processo mais demorado e difícil de conseguir.

Esse tipo de procedimento é concedido apenas para pessoas em casos de obesidade mórbida com associação de alguma outra doença que coloque a vida pessoa em risco, como a diabetes ou a hipertensão.

Além disso, é preciso fazer uma comprovação de que outras formas de tratamento já foram tentadas e que não obtiveram resultados positivos. 

Consequências da cirurgia bariátrica a longo prazo

De fato, a cirurgia bariátrica trouxe muitos benefícios à saúde das pessoas que sofrem com a obesidade, porém é importante ressaltar que além dos riscos no momento da cirurgia, existem alguns cuidados que precisam ser tomados a longo prazo.

Podemos citar, algumas reações como:

  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Fraqueza;
  • Diarreia;
  • Hipoglicemia (baixo açúcar no sangue);
  • Cálculos biliares;
  • Desnutrição;
  • Vazamento na conexão entre estômago e intestino;
  • Úlceras.

Após realizar a cirurgia bariátrica, independentemente do tipo de cirurgia, é preciso prestar atenção na quantidade de alimento ingerido, devido a redução do estômago, a capacidade fica diminuída.

Dessa forma, se o paciente não toma esse cuidado e excede a quantidade de alimento suportada, pode ocorrer as situações citadas acima, gerando total desconforto à pessoa após as alimentações.

Outro sério problema é que com a realização do procedimento, o organismo não absorve mais os nutrientes como antes, o que alinhado a uma alimentação reduzida pode causar desnutrição.

Por isso, grande parte dos pacientes precisa fazer essa reposição de vitaminas, por meio de suplementos alimentares.

Como mencionado na lista, os cálculos biliares também são uma das possíveis consequências da cirurgia bariátrica, devido à queda de eficácia da bile produzida no fígado.

Uma das complicações mais graves é o vazamento da conexão entre o estômago e o intestino, isso pode ocorrer caso não haja a cicatrização correta da nova ligação, sendo muito perigoso e necessário atendimento imediato.

Devido ao grande número de possíveis complicações e consequências da cirurgia bariátrica, é preciso que o paciente converse com seu médico para avaliar se essa realmente é a melhor opção de tratamento.

Caso o paciente juntamente com seus médicos defina que irá realizar o procedimento, é importante fazê-lo em um hospital de sua confiança com profissionais muito bem qualificados. .

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Marcela Ferreira

Enfermeira pós graduada com especialização em traumas, urgência e emergência. 12 anos de experiência na área de saúde mental na rede SUS do município de Belo Horizonte. Atuo com criança, adolescentes, adultos e usuários de múltiplas drogas.

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